segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

A Véspera do Dia Mais Longo

Chegou o Natal. E com ele, mais uma vez vieram os frenesins consumistas, as filas insustentáveis nos centros comerciais, a encomenda da lenha, as prendas, o aglutinar de gente junto ao papel de embrulho facultado pelas grandes cadeias comerciais. Na verdade há até gente que nao se deve importar de oferecer o queijo da serra e o presunto de chaves embrulhados em papel do Toys are Us, ou vinho embrulhado em papel Fnac.

E há quem não se importe de receber. Formidável e estonteante.

Ouviram-se histórias de pessoas que este ano não vão dar prendas à laia de protesto contra o consumismo exagerado da época. Recusam-se a celebrar o nascimento de Cristo num orgia de prendas, debaixo ou ao redor de uma árvore plástica decorada com a já gasta “decoração de Natal”. Acho simplesmente impressionante. Mas talvez o Natal nem devesse ser celebrado, dizem os mais radicais defensores do anti consumismo.

Mas na verdade, assistiremos a mais uma viagem, pelos céus da Europa e outros mundos cristãos, do nosso querido Pai Natal que já saiu da Lapónia. Desta vez, como sempre por motivos de ordem espaço-religiosa, ficaram fora de rota e sem prendas as crianças de África, Ásia, Espanha (é só no dia 6 de Janeiro) e todas as crianças cujos pais (ou a falta deles) não têm dinheiro para o devaneio de mandar vir da Lapónia, por trenó, puxado por renas, e conduzido por um velho que se evade das casas onde entra pela chaminé, vestido de vermelho (e tudo isto na época das compras on-line) as famigeradas prendas.

Bem? Mas afinal o que há de novo este Natal?

Nada.

Apenas a encomenda da lenha, é mais por causa do Inverno do que do Natal.

1 comentário:

Pedro disse...

Um óptimo blog. Longa vida ao Herbário Público".