sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

A tentativa de suicídio

Véspera de Feriado em Portugal. Além de mim, centenas de outras pessoas dirigem-se a algumas cadeias de fast food take away para um jantar improvisado, tranquilo e sem trabalho porque ainda por cima hoje há jogo. A afluência nestes dias geralmente é algo de extraordinário. Quando entro, depois de realizar previamente a minha encomenda por telefone, sonho com umas pizzas quentinhas e rápidas devido ao adiantado da hora.
À minha frente estão duas pessoas. Uma ao balcão com a funcionária a ser atendida e outra à minha frente. À medida que o jogo se desenrolava na televisão, estava a distrair-me e de alguma forma deixei-me estar à espera. Com o passar do tempo, as pessoas que foram chegando juntaram-se formando uma fila até à porta (o habitual é estar uma, no máximo duas pessoas).
É neste momento que reparo que o que nos está a deter é simplesmente o facto do multibanco não estar a funcionar. Não o da loja, mas o do indivíduo que estava a ser atendido. Sim o cartão multibanco. Mas o curioso é que o imbecil insistia em que não podia ser e que tinha saldo e que a máquina é que não prestava e começava a atormentar a funcionária que não tinha culpa nenhuma, chegando a insinuar por diversas vezes que era incompetente. Nisto passou-se algum tempo até que num desabafo parvo qualquer, o fulano resolve ir a uma caixa multibanco na rua levantar o dinheiro para pagar a conta (coisa que, aliás, lhe tinha sido sugerida, e que ele devia ter aceite...há muito tempo atrás).
Logicamente o caos estava instalado. Pessoas na rua, gritaria, insultos, caras vermelhas, olhares de desânimo... mas todos olharam o "culpado" daquele caos com desejos de morte, tortura e alguns de castramento.
A coisa com a sua saída finalmente começa a rolar. E em menos de dois minutos chega a minha vez... eis senão que entra na loja o "piqueno" obstinado, responsável pela desgraça da noite. Dirige-se ao balcão e vomita as seguintes palavras com ar desdenhoso:
- Parece que vocês não têm isto lá muito bem organizado...
Responde a funcionária: - Porquê?
- Parece que vocês não têm isto lá muito organizado... o quer que faça um desenho? Já viu a fila que está? Caótica...

E por pouco não foi assassinado... ou seja, quase que consumou a tentativa de suicídio.

1 comentário:

Abelhinha disse...

é num destes casos que apetece usar aquela expressão horrível: dah!

há com cada um...